
Margens de partilha
Data 07/03/2007 11:40:00 | Tópico: Poemas -> Amor
| Vimo-nos demarcados por dois fachos, silenciosos halos, faróis determinados a evitar que os cascos dos nossos barcos se projectassem contra as rochas, náufragos finais.
Caminhamos agora nas dulcíssimas margens de partilha, na intimidade de um baloiço tecido de lianas e buganvílias. Enebriante olores. Um baloiço, ponteado a ponto luz, em galáxias de metáforas e no esgravato de (e)ternas palavras.
Planamos, por fim, ancorados na árvore mais alta do espaço. Elevados, olhas-me num brilho incendiário com que apagas as lágrimas regadas do silêncio.
Num estado da mais louca exaltação, peregrinamos, cerzidos em busca da diferença entre o ser gente na raiz e na essência, ou viver apenas autómatos, uma mera existência.
É manhã ... Ao longe, a língua da floresta, entoa Chopin! Adormeço, reencontrada. Durmo dentro do Sonho, serenada nos teus braços, dos quais não conheço sequer o físico calor. Serás Eros, o Deus do Amor?
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