
Amanha
Data 13/07/2008 12:59:22 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Estás de costas para o mar. Um vento denso Cortado a cinzento escuro Anuncia temporal. Esta neblina submersa Este frio cortante De querer ficar De querer ir embora.
Apetece este sofrimento imenso Apetece o medo das ondas que se levantam em ritual pagão apetece este canto de sereia dorido. Apetece esta chuva sem águias Sem céu.
Aqui sou tantas: Sou felicidade absoluta sou requebro de tango Sou grito doentio Sou mentira imposta Sou verdade incerta Sou a indiferença da pedra molhada.
Sou a outra parte Da parte que me viraste do avesso.
Sou o caminho de ir De ficar semente e voar Neste silencio cúmplice. Quando te emerges do impossível Qual rio descontrolado Sem margens Sem rumo E vazas em mim.
Em mim que sou indigna desta chuva que cai.
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