
Silêncio e paz
Data 12/07/2008 09:43:01 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Nestes tempos que sucedem anseio silêncio Necessito agora de quietação Não quero saber de sentenças e confabulações De dúvidas chocantes alienadas Não quero saber de desabafos, em soltas emoções!
Quero partir para um remanso bem longe Para lá da cidade abrupta, confusa e indiferente Quero viajar até à montanha genetriz Percorrer solitariamente as veredas até à nascente do rio Em pequenos lagos poder banhar-me feliz! Transformada em integridade translúcida Fechar os olhos e deslizar pela água diáfana Nua de corpo e espírito recrudescida paz Onde os pássaros e animais selvagens Vêm matar a sede com o néctar que os satisfaz!
Quero desaparecer sob árvores seculares Apreciar o verde dos seus ramos ao vento Cheirar a brisa dos pinheiros e das giestas em flor Parar lá no alto e contemplar a visão dos deuses Fechar os olhos e respirar pureza em lugar de dor Quero alcançar a nascente imaculada A origem dos rios que correm à superfície Em dádivas de vida cândida e amada!
Depois entrar na caverna onde se anicha A seiva do paraíso e inundar-me da frescura Do enigma dos subterrâneos da Terra E aí em consciência decidir mais uma vez Mesmo que implique amargura!
Porque não somos nós que destinamos em função dos desejos Mas sim o que as vivências nos coagem a dirimir E mais uma vez me obrigo a moldar-me aos lances sem fim Porque há um mundo intuitivo de sonho que eu comando E um mundo real e racional que me comanda a mim!
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