
"Crianças"
Data 11/07/2008 21:30:03 | Tópico: Poemas
| Parado no meio da rua vejo “crianças”, “Crianças” correndo de um lado para o outro, “Crianças” que brincam aos adultos, Repetindo umas para as outras: “Há que manter a criança que há dentro de nós.” Não sabendo elas próprias que também são “crianças”.
“Crianças” que se enchem de brinquedos, Que se atropelam com a fome de mais e mais brinquedos, Fazendo birra quando vêem que uma outra “criança” Tem um brinquedo que elas não têm. E quando não conseguem ter o dito brinquedo, Tentam por todos os meios tê-lo, Enganam tudo e todos, Mentem descaradamente, Para poder ter a desculpa de ir brincar com a outra “criança”, Brincar às guerras com um sorrisinho na cara, Normal de um rapazola que só está bem a meter-se em sarilhos.
Há que manter a criança dentro de nós? Há que continuar com a hipocrisia desmesurada? Há que continuar a brincar? Há que continuar cego?
Na escuridão há sempre uma luz, Uma luz que os “cegos” não conseguem ver, Mas que os cegos poderão conseguir vislumbrá-la. A luz mostra que a criança é uma fase para viver, Para ser vivida e deixa-la para trás, Tal como a cobra deixa a sua pele.
Mas enquanto eu escrevo isto, As brincadeiras continuam, As crianças não costumam saber o que fazem, Por isso destroem sem saberem, Ou destroem só porque sim, é giro e tal, Mesmo depois de a Mãe os avisar, Mas parece que o que precisam é de uns tabefes. Os ditos tabefes chegarão e só ai talvez, Algumas crianças crescerão, Aquelas que ainda transportam a luz, Uma luz bem no seu interior, Uma luz que sempre brilhou e que sempre brilhará.
Até lá continuemos com a brincadeira, Depois não digam que “crianças” e crianças vos avisaram.
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