
OLHOS AQUOSOS
Data 06/07/2008 13:16:46 | Tópico: Poemas -> Tristeza
| OLHOS AQUOSOS
Ao contemplar o pélago das janelas da alma de um lavrador sem lavra, Vi fluir do âmago para a superfície ocular Um hialino oceano de lágrimas tristes, Impossíveis de se mensurar.
O pobre varão, como a maioria de seus amigos e parentes, Não pode mais viver de fecundar a terra Onde nasceu toda uma geração de cavaleiros Defensores do segredo fomentador da ditosa semente das benfazejas eras.
Foram expulsos... Foram sangrados... Foram forçados a galgar até o cume mais alto da montanha da humilhação!
As víboras do garbo, Com celuloses nobres de velhacaria sob o braço, Despojaram aquela gente de sua vivenda de subsistir.
Agora, onde vivem e o que são estas pessoas? Vivem nos nichos da opacidade das urbanas cidades E são presas da glória inglória da sarjeta da cidadania em gradação virótica.
Ah, mas, ao contemplar o silente choro daquele varão, Percebi que ele não chorava só. Choravam com ele seus pais e seus avós: Toda uma egrégia laia De sábios magos da Terra e dvotados guardiães Do tesouro mais fulgurante do sol que ilumina as amazônicas glebas.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
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