Para Espanca

Data 29/06/2008 01:07:20 | Tópico: Poemas -> Dedicatória

Dela só restam escritos desesperados,
gritos calados de uma alma cansada.
Nenhuma realidade pode ser tão pesada,
vida intensa, de dias tão curtos, encerrados.

Dói-me o peito imaginar tudo em vão,
tanta angustia, tanto medo, tanto vazio,
e ainda poder escrever com tal desafio
as mais belas páginas, pedaços de coração.

A morte tão desejada na falta de amor.
De forma brutal, como foi sua vida.
Sem lágrimas, sem pranto, sem dó e sem dor.

Florbela, feliz afinal, deixa poemas tão duros,
retratos de uma vida triste, tão infeliz,
letras tão lindas escritas em dias tão escuros.





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