
Flores
Data 28/06/2008 08:11:13 | Tópico: Poemas -> Introspecção
| Não esperem a minha alma planar Para me concederem flores Arquitecto-as de todas as feições De todas as cores
Circundo os campos em busca de matizes Feitas artes de pincel Cheiro-as e perco-me em prados de verdes namoros Colho os lírios, em doçura e imaculabilidade Desfloro os malmequeres e margaridas em diversão de dubiedade, Cingidos em inocência perfeita Admiro papoilas que vergam susceptíveis ao vento Mas numa força de fertilidade sem igual. Para me darem flores não esperem eu fenecer!
A frieza e a indiferença Estarão nas bordas dos caminhos Em velhos muros de hortênsias plenas Narcisos nas margens dos rios em ânsia Espelhando a sua vaidade nas águas amenas Seduzem acácias delicadas transmitindo elegância Para me darem flores não esperem eu sucumbir!
Percorro jardins suspensos Onde begónias e amores – perfeitos Se tocam em colorido, pintadas em telas cândidas E espalhadas em afectuosos leitos
As minhas mãos acariciam Cuidadosamente os espinhos das rosas A minha energia aspira a beleza das camélias E o girassol do alto da sua dignidade Abraça a dália, símbolo de união e brandura Violetas agitam-se na simplicidade do belo Mas os cravos, versáteis e múltiplos Permanecerão entre o desdém do amarelo A ingenuidade do branco e o amor do vermelho! Para me darem flores, não esperem eu perecer!
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