
Alma inquieta
Data 27/06/2008 08:24:35 | Tópico: Poemas -> Desilusão
| Quero que chova perenemente nas montanhas e nos burgos Que os rios transbordem e arrastem doenças, mortos e vetustade Que os vulcões despejem lavas e cinzas Que torrentes transponham florestas e estradas em celeridade
Quero disfarçar-me de árvore centenária Caprichosa e sábia perscrutando sinais Subir aos céus e adejar para lá do negrume! Ser ave de garras afiadas e potentes asas colossais!
Quero que os tempos se atordoem, se baralhem Presente, passado, futuro, loucura eterna Que importa se é tudo vida, existência e devir Que os gritos dos homens se ouçam como em cisterna
Que os gemidos dos moribundos entoem nas noites E ensombrem as povoações na lua cheia Que os Homens despertem dos sonhos enganadores E transformem em bela a cidade feia!
Quero que o silêncio após a tormenta retorne Num apaziguamento e aquietação sem igual Depois do revolvimento dos elementos Da terra finalmente será erradicado o sombrio mal !
Assim está a minha alma que desenfreadamente vibrante Granjeia o resguardo de um terno manto de amor Em gritos de revolta constante Almejando pelo emudecimento e descanso, vencendo o pranto e a dor!
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