
Inquietação
Data 21/06/2008 01:45:15 | Tópico: Poemas -> Introspecção
| Percorro solitariamente os mesmos caminhos, os mesmos passeios Enxergo as pessoas, as crianças, a ponte ao longe sobre o rio Tejo Nunca me detenho na caminhada Os meus pés dançam o ritual da inquietação em que o meu pensamento se inunda
E relanço o olhar para o outro lado da margem, e para os navios que se deslocam E as embarcações lado a lado na marina, com nomes que só aos donos farão sentido Observo os corpos morenos de quem aproveita o sol E as brincadeiras, e os jogos de bola
Miro os catraios na sua agitação constante, de chapéus coloridos nas cabeças E eis que gritam, que afloram em polvorosa Riem, entoam o hino da inocência
E a minha mente que nunca se detém. Trabalha, incessantemente labuta! Incansável, quero afastar ideias e fantasias intempestivas Acelero o passo e transponho a enfiada de embarcações Sob os meus pés na água, cardumes de peixes bailam entre rochas
Começo a correr contornando o paredão de protecção da marina Agora já não penso, já nada me angustia Concentro-me apenas na respiração e na correria.
Sinto a energia invadir o meu corpo Sorrio, porque a inquietação deu lugar aos poucos à serenidade Imperturbável e segura ultrapasso o jardim florido O odor da relva invade-me os sentidos O verde de esperança permanece incontestavelmente em mim!
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