
BRANBREUEMA
Data 15/06/2008 12:15:26 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| BRANBREUEMA
Minha ação se pauta inteiramente pelo sabor do impulso seguro, porque, da mesma forma, o mais que possivelmente, ele conclama a sua mais pungente ferida, Seu maior algoz. O mais augusto dentre os augustos verdugos que lhe singrem e sangrem a sina de indivíduo honesto, capaz, alegre, puro!
De modo que, quando me deparo com a perspectiva do assento sofismático, torpe e sádico dos pilares que servem como sustentáculo para a torre da selva de pedra, me sinto tomado por uma raiva surda, fragorosa e muito cega.
Sim, pois perco as estribeiras da sábia parcimônia ao ver uma criança, mais tarde, uma jovem criatura perdida, tolhida por um lúgubre horizonte de vazias chances e expectativa, se deixar levar pela mão da quimera traiçoeiramente deletéria da sumária ascensão para alimentar a facínora e íntegra cúpula de vampiros que dizem seguir o moralismo cristão. Depois de sugado todo o sangue, deixá-la morrer como gente amorfa e sem coração; besta terrível. Ser além da fronteira do execrável. No seu dizer hipócrita, muito, mais muito além do marco da humana, quiça, até divina compreensão do imaginável inimaginável...
Sim, pois perco: perco as estribeiras quando vejo aquele exército, aquele mundaréu de gente, entrincheirada naquelas variadas filas infinitas, a mendigar emergente atendimento; a receber irrisório idoso numerário; além de um quem me dê trabalho. Um louvado seja aquela barba grisalha, que nos dá comida no prato. Sim, exato, desde de que façamos nossa parte: multiplicar extra-oficialmente o número de cidadãos-escravos]
Mas aí, vem a consciência me dizendo: tenha calma. É preciso agir com inteligência. Encontrar o caminho do flerte. Do flertar com a prudência: que é simplesmente a descoberta, o encontro, a promessa! O namoro e a comunhão com a réplica da marginalizada caneta: A Poesia que ilustra a agonia do grito sofrido e baldio dos miserandos sóis reclusos em masmorras que circenciam a nossa consciência. Do rebelar-se contra a permanentemente branca escuridão. Branca escuridão que cada vez quer mais, mais todo dia. Diariamente, um maior quinhão. Quinhão de vidas cativas! Do querer impor a luz ao ariano buraco negro da negra ignorância, no qual está o mundo em que viveputrefamos estáticos. Queremos igualdade, não supremacia. Sim, porfim, é a única coisa que ansiamos apenas que conquistemos um dia!
Queremos a arte do pretender. Queremos a vontade do saber. O que queremos é o lirismo da alegria! Queremos o tão-só deixar de querer. Queremos transcender ao poder. Queremos, conseqüentemente, o seu tanger. Não obstante, queremos o poder... O poder de fazer. Com efeito, queremos, propriamente, o próprio fazer. Não só o poder da resposta do discurso... da frase... Da palavra! Porém, antes de mais alguma coisa, queremos o poder. O direito de poder querer. Do querer da prática! Mas, não apenas este querer. Queremos é o direito da oportunidade do poder querer. Queremos é o direito da oportunidade do poder querer que se faça. Queremos é a oportunidade do poder que se faça. Queremos é o
poder do querer que se faça. Queremos é o querer que se faça. Queremos, antes de tudo, o consciencioso saber que precisamos é deixarmos de somente querer. O que, de fato, necessitamos é querermos que façamos! É querermos que se faça! É fazermos e pronto! È realizarmos e mais nada.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
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