
KAMIKAZES INCIENTES
Data 10/06/2008 13:19:32 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| KAMIKAZES INCIENTES
Guarnecido pelo aconchego do meu quarto, Um pouco antes do diário espetáculo do exaurir da antemanhã, Vislumbro frontes jovens, vidas que ainda moram No reino das cordilheiras da semeadura Encontrando a inexorável centelha Da perpétua taciturnidade prematura.
Em conglomerados de aborto habitacional, Aos pés de semáforos, congostas e esquinas, Contemplo girassóis lactentes Ficarem pálidos por não poderem sorver a seiva da alegria vitalícia.
Então, encarcerados na dantesca galáxia De luminescências do desespero, Acham abrigo nos insidiosos braços Da mãe da intemperança, do autoritarismo e da velhacaria: A cápsula cilíndrica, que expele a massa ígnea, Erige, sobre as costas dos outrora indigentes, Um oceano exultoso de dinheiro E um castelo de túmulos de gente: Atroz, inócua, como eles, também sofrida imensuravelmente.
Enquanto isso, no Torrão das Tapeçarias Magnas, Crisálidas, que singram o limiar Da alameda de existências adultas, Rendem-se ao reino siderante Da pólvora: tudo em nome de seu Deus; Ou em nome do amor á sua Pátria!
Entretanto, na verdade, O motivo é coisa secundária: Enquanto no Torrão das Tapeçarias Magnas Se morre, se mata; Nos garbosos palácios da velha e nova plaga ocidentais, Florescem jardins de opulência Nas algibeiras dos Magnatas das Armas.
Pobres jovens Estrelas Pobres jovens Estrelas Pobres jovens Estrelas: Sacrificam-se para a glória egocêntrica Da Metal Malévola Realeza.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
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