
Movem-se(me) os tempos
Data 08/06/2008 00:36:25 | Tópico: Poemas
| Mote Neste Mundo se aninham Vertentes mui' diversas Vidas muito dispersas Poemas que desalinham Estórias minhas caminham Rendilhadas de ilusão Cheias d'alma e coração Em poesia tão vulgar! Espezinhado o meu pensar Faz rabiscos de emoção. ------------------------------------------------------------- I Tantas coisas más eu vejo Sulcos de dor nos jornais Lágrimas d'anjos e ais Desesperado desejo: De apenas ter um beijo E o regaço que não tinham Quando á noitinha definham Tantos sonhos sem luar Tantos males a pairar, Neste Mundo se aninham... II
Há um céu só de engodos Aquarelas só de dor, Emoldurando o desamor Na paleta apenas lodos... Num olhar que era de todos Traço em linhas reversas Vielas controversas -Tão dificil entender! Mãos q'não deviam nascer; -Vertentes mui'diversas! III Uns acalentam sonhos Ou vivem sob escombros Outros, encolhem ombros, Numa indiferença total Por impotência casual Desconversam, conversas; Vivem a vida ás avessas, Num egoismo comungado; Ironia, lado a lado... -Vidas muito dispersas!
IV
Vislumbro em meu desejo Ter de Deus Suas Artes Vivenciá-las por partes Ofuscar o que vejo, Afastar seres sem pejo Ouvir vozes que caminham Estros, que se avizinham, Na tinta do meu papel Alinhar em carrocel Poemas que desalinham.
V
Ardiloso meu pensar Compraz nas conjucturas Edifica algumas juras Esvaídas pelo tempo E a aurora num lamento Chorou lágrimas que tinha E a poesia que adivinha Tem rios de veleidades Meus rabiscos são verdades Estórias minhas caminham.
VI Creio num belo porvir Futuro feito de amor Sem ingratidão, sem dor; Onde a paz há-de fluir Num qualquer ano a seguir... Presume a minha visão; E as penas de mão em mão Em versos de açucenas Serão só cantilenas Rendilhadas de ilusão.
VII Ah!O poeta é um zé ninguém Quando deveras sente A dor de toda a gente... Escreve o que lhe convém -Até diz que tem vintém! Mesmo quando diz que não... Verga a esquina em contra-mão Tenho ilusões de rotina, sonho cantigas de ardina Cheias d'alma e coração.
VIII Em minha nostalgia Vou castelos inventar Semelhante ao meu olhar Que diverge em simetria Ora, transmite alegria Ora, pára pra pensar; Continua um divagar... D'uma ilusão que tinha... Tracejando uma linha Em poesia tão vulgar!
IX
Renascida no hoje Actualidade intemporal Ao ler notícia de jornal Uma revolta que urge De um desejo que surge Mas nada vai adiantar Impotente vou ficar Nesta vida sem entender Esperar e ver para crer... -Espezinhado o meu pensar; X
Coberto de revolta... abate o que o rodeia E envolva á cruz alheia. O entulho anda á solta Burros e sua escolta Ainda mandam,e então? Já o Aleixo tinha razão! -meu pensar persistente, Afoito e pertinente, Faz rabiscos de emoção. Cecília Rodrigues Maio-2008
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