
quero-te
Data 04/06/2008 13:51:50 | Tópico: Poemas -> Amor
| Roubaste-me a saliva que humedece os meus lábios Mordes-te o beijo no deleite e deste-me sede Arrastei o meu corpo até ao teu rio e bebi Soletrei o luar em letras na procura de mais estrelas Onde estão elas?
Confisco todos os teus bens para uso próprio Nem um segundo a minha alma suga deixa para trás Carrego o dorso de animal que as pernas tremem Nem um cabelo teu sonhe cair na rua Ficarei contigo de braços quebrados À mercê da chuva
Não desapareças no meu sono Enquanto dormito o prazer Se fazes isso enlouqueço Não bloqueies o caminho do sol Por onde roubas os seus raios Se fazes isso perco o brilho Não fracciones a sensualidade do teu caminhar Quando enrolas o teu corpo na meu corpo Se fazes isso perco o meu gozo
Corro o cortinado e elevo o barulho De uma persiana que fecho Troquei a naturalidade da luz Pelo sussurro das vozes Que machucam as vestes É quente esse zéfiro que de bafo nos cobre Não existe nada para além da pele Apenas suor que amacia o mel Onde me lambuzo num gosto crescente Deixei de ser nascente e fui poente
Desce o desmaio em febre gel consentido Descansa o enrosco e silencia o gemido É paz extravasada pela devassidão da bendita lua Na frente dos olhos tens os cabelos colados Mais uma vez a saliva fez travessuras Tornou a revolta do mar em alado Juntou o mar às dunas
Fazemos a troca dos bens por mim roubados Tecla após tecla jogo a carta que de letras escolho no teclado A primeira, a sétima, a terceira, a quarta, a nona, traço A quinta e finalmente e de novo a terceira Descobre qual a palavra e eu venero-te Não te canses eu -quero-te
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