
Gargarejos
Data 22/05/2008 10:41:25 | Tópico: Poemas
| Num mundo de não sei o quê, Feito de espelhos curvos, Árvores sem braços E Homens sem ramos, Desfolhado em forma de Vê. Margem de rios turvos Com flores em seus regaços Pai de seres anfígamos.
Sou moldado em barro seco, Esculpido em dor de cinzel Por doutrinas de anciães Mãos rasgadas de amor. Sou verbo nulo, arquisseco, Vírgula solta de aranzel, O orgulho de tantas mães, Raio de Sol sem vigor.
Castrada consciência muda, Decepada no falso horizonte, No ténue dealbar da mente Rascunho de vida. Segredos que fazem a dor aguda, Portas férreas do aqueronte, Bactéria negra depascente Em universo apólida.
Pensamento afrodisíaco De nudez pura e religiosa, De curas sedentos de carne, Lésbios homens sem voz. Carrasco de passado aríaco De olhos secos, boca silenciosa, Cãs cor de cirne, Pulido lioz.
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