
Os Amantes
Data 23/04/2025 06:16:52 | Tópico: Poemas
| Era costume encontrarem-se à noite Quando as luzes se apagam e as gentes Surgem com medo de quem leva açoite Pois que fugir tem de ser com repentes
As sombras surgem sem contornos quentes Os ruídos aparecem com ecos Diferentes e iguais aos das frentes Confusão de quem se vê entre os mecos
Entre a luz da lua cheia de secos Amantes sob um céu meio nublado Meio cego sem nada nem os becos Que os dois usavam p'ra trocar um fado
Trocar a pele fria pelo lado Do outro em ansiedade maluca tida Numa velocidade de atrasado Correndo p'ra não perder a corrida
Só os amantes se lembram que é vida As mãos húmidas da pulsação forte A ânsia do toque já bem sabida Desejo que irrompe do vento norte
Beijo lampejo de dor tal a sorte Lábios sem freio pintam castelos Braços e pernas perdem todo o porte E o corpo que se rende aos falsos belos
O vento sonda as sombras dos cabelos A noite afunda-se e vai naufragar Os amantes em magia sabê-los Do prejuízo do que se vai passar
Seguem juntos p'ro mar destino par Seguem juntos como que por magia Sabem segredos a não revelar Que o tempo vive e morre num só dia
|
|