
Apaga o cigarro e beija-me
Data 17/05/2008 20:50:23 | Tópico: Crónicas
| Não vês a porta aberta à espera que entres no sonho? Não disfarces, não faças ouvidos de mercador, a chuva vem e molha a fralda do silêncio, depois não consegues fazer-me sonhar.
Eu sei que queres mostrar os quadros de verdade, mas nessa altura estarás a voar para os lençóis do prazer, sim esses que teimas em lavar com as lágrimas do tempo.
Ainda demoras? Vem que a boca pára em todas as estações e leva os pesadelos das crianças, sim essas que mostraram e mostrarão a sabedoria ao pé das folhas do musgo da incompreensão.
Anda lá, apaga o tempo, preciso do teu beijo, estou melada e só arrebito com o sentir do respirar dos momentos em que me deleito, com os olhos no fundo da caixa, mesmo que ela seja da outra.
Não apagas? Olha a cinza a verter no copo das crianças, são duas, não são? São tão lindas que me esforço para lhes ler a história das fanecas fritas e do pão de alho.
Vá lá, apaga o cigarro e beija-me!
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