
O paradoxo da existência
Data 23/03/2025 16:38:40 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Há uma voz que ecoa no silêncio, Grita nas sombras, mas ninguém a escuta. É o canto da verdade amarga, O lamento dos invisíveis, O verbo esquecido antes de ser dito. O poeta vê o tempo ao contrário, Sente o amanhã como quem lê as veias do vento. Cada palavra escrita é um destino moldado, E no caos da metáfora, Um mundo nasce antes de existir. O fim não tem pressa, Não se dobra aos caprichos da vontade. Mesmo quando enterramos as memórias, Elas florescem sob a terra, Teimando em ser eternas. O vento sopra e sopra outra vez, Como um sonho inalado pelo divino. Seus dedos invisíveis tocam a pele do mundo, Viciados em movimento, Inebriados pela dança do eterno. A simplicidade de existir é um paradoxo: Tão leve quanto o vento que dança, Tão densa quanto o silêncio que pesa. Ser é um ato tão natural quanto respirar, Mas a consciência nos enreda em labirintos Onde buscamos significados Para aquilo que já é inteiro. Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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