Para Fazedores de Sonhos (96ª Poesia de um Canalha)

Data 22/03/2025 11:50:38 | Tópico: Poemas

A coroa de louros que aqui se entrega
Traz palavras com espinhos à medida
Incrustados na arrogância do inventor
É hipócrita a erva daninha que se rega
Precoce o último orgasmo da sua vida
E grande a cabeça que ostenta tal dor

Amamentado por tais aedos de antes
A poesia sem pai e mãe, a mera letra
Palavra terra que s'lavra dos homens
Teia urdida por quimeras de amantes
Que cada vida desespera e as soletra
Em dedos de mãos qu'ainda não tens

A cruz que carrego com meus irmãos
Pregada na carne velha e impaciente
De ser sem ser, querer só por querer
É a soma desses impropérios pagãos
De alguém renascer asno inteligente
E morrer sem de morte sequer viver


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