
Limiar das Águas
Data 15/02/2025 15:29:11 | Tópico: Poemas
| Há quem confunda correnteza com margem, brisa com tempestade, e quem, ouvindo um canto, acredite que é apenas música.
As ninfas dançam onde o rio cede, onde as pedras desenham caminhos e a terra ainda segura o passo. Mas há vozes que não pertencem às margens.
O mar não oferece, não devolve. Guarda o que toma, e o que chama para dentro dele nunca volta igual.
As sereias não fazem promessas, nem acenam para quem parte. São o limiar entre o desejo e a queda, onde a escolha nunca foi escolha apenas um passo a mais quando já não há chão.
E quem escutou, quem se inclinou sobre as ondas, soube tarde demais: o colapso não destrói torna tudo tão vivo.
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