Renascendo das Cinzas

Data 12/02/2025 02:21:48 | Tópico: Poemas -> Esperança


Hoje declaro o fim de um antigo tempo,
Quero cravar esse novo momento.
Drogas, álcool, cigarro e a pura abstinência,
Sei que tudo isso arrancou minha essência.

Tive muitas perdas que tento esquecer,
Afastei de mim quem quis me ajudar.
Mas aprendi que só se pode renascer
Quando aceitamos que é hora de mudar.

Sinto meu antigo eu perdido no cais,
Navegando sem rumo em alto-mar,
Buscando um farol entre sombras vorazes,
Num oceano que insiste em me afogar.

Mas a noite não pode durar para sempre,
E o sol um dia voltará a brilhar.
O peso que carrego vai se dissolvendo,
Cada passo é um novo despertar.

Perdi tudo que um dia pude amar,
Me tornei amargo com o sal do mar.
Busco em cada brilho um jeito de salvar,
Pois se fosse pelos vazios, meus olhos iriam me matar.

Mas mesmo assim vou seguir em frente,
Olhando apenas para a luz do luar,
Esperando que um farol perdido
Um dia venha me resgatar.

Fracassei com muitas ondas,
Que vieram para me naufragar,
Mas agora eu persisto,
Pois só depende de mim recomeçar.

Amanhã o sol brilhará,
E eu me lembrarei desse dia,
Em que tive um pouco de fé
Para renunciar à agonia.

Aceitei a Deus como meu Salvador,
Deixei para trás minha ruína.
Hoje renasço das minhas cinzas,
E enfim encontro a minha sina.

Não sou mais refém das correntes do passado,
Sou dono do vento que me leva além.
Se um dia fui sombra perdida no abismo,
Hoje sou luz, sou vida, sou alguém.

Escrevi essa poesia como um grito de renascimento, um desabafo de quem já se afogou nas próprias sombras, mas encontrou forças para emergir. Cada verso carrega as cicatrizes de um passado turbulento, onde as ondas da vida tentaram me naufragar. Mas no meio da tempestade, encontrei um farol—não no horizonte, mas dentro de mim. Essa é a história de uma alma que se recusou a ser apenas um eco do que perdeu, e escolheu ser a voz do que ainda pode ser.



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