
Viajantes e peregrinos
Data 26/01/2025 12:13:37 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Uma lívida paranoia flutua no ar esses dias Figuras desconhecidas perambulam pela cidade Um gosto amargo desce pela garganta E não temos noção alguma Do que pode acontecer Todas as coisas parecem estar fora de lugar.
Quem são os detetives e quem são os ratos? Os que vivem escondidos nas sombras Perscrutando pelos becos cheios de lixo Parecem buscar alguma coisa Algo que se perdeu no tempo E ninguém consegue enxergar a verdade.
Nós podemos ser um caminho em movimento Uma estrada onde caminha os peregrinos Que destoam radicalmente de sua fé Pois a fé está dentro da extinção das crenças Porque nesse ambiente lúgubre O Deus morre se não souber dançar.
Será que os animais são sozinhos Ou apenas os ouvintes de algum tolo que grita? Perguntas quase sempre não trazem respostas E caminhamos quase sempre na escuridão Como viajantes perdidos Em territórios inóspitos e cheio de terrores.
As palavras morrem por elas mesmas Sempre que alguém fala uma besteira E existe uma violência de se estar perdido Correndo o risco iminente do exílio Apenas as longas conversas em monólogos Não serão suficientes para mudar esse cenário.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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