
A Breve Morte do Canalha (62ª Poesia de um Canalha)
Data 01/01/2025 11:10:20 | Tópico: Poemas
| Foi-se do poeta poema curto de verso sem vida Acusado de se ter escrito aqui e nascer culpado De violar com mau perfume lida e linda palavra E ser o sonho que se rasgou da história dividida Pedaço de vento vagabundo que voava cansado A semear cá os verbos que louca sua boca lavra
Foi-se do poeta a raiva qu'esse silêncio cortante Traidor que traz nesta dor rugas d'velha solidão Esquecera de outro dia os passos ainda por dar Voz que lhe escrevia um rosto d'sorriso amante Muda e surda a chorar numa palma da sua mão Lágrimas do mar que ninguém chamava de mar
Foi-se do poeta a vontade de querer ser poesia Deixar-se escorrer das letras entre estes dedos Pingos de tinta permanente que sangra de mim Escutar-se a recitar as vidas que eu não possuía Umas horas contadas uma por uma sem medos Cada vez mais perto do verso que chega ao fim
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