Para José Silveira (61ª Poesia de um Canalha)

Data 31/12/2024 22:07:17 | Tópico: Poemas

A mulher implacável com doce sabor da cana
Espremida de sentimentos e violento choque
Amada por um querer tanto que quase mata
Fez-se riqueza que renascida pobreza emana
Mão de mãe amante tua feita de breve toque
Que se nos espalha na pele despida e ingrata

A mulher com vida vergastada que sofre dura
Vertida entre rios de sal e dor com sofrimento
Filha do silêncio que se fizera sombra e abrigo
Desse amor abraçado a ti e a mim tão segura
Numa memória sepultada lá no esquecimento
Que antes do final foi sempre seu único amigo

A mulher cachaça que nos inebria os sentidos
E faz amor como se o amor devesse ser feito
Como se o desejo não pudesse ser só amado
Que conta noites como fossem dias perdidos
Deitada por ali nua de tudo que traz ao peito
De olhar fechado e escrita poema inacabado


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