um livro desencapado

Data 27/12/2024 17:43:33 | Tópico: Prosas Poéticas



nada é complexo no que percebo. o raio que risca o ar é a energia que mostra a face e o som da pedra chocando-se com o fundo do abismo, finalmente parou de cair.

tudo é simples no que penso, no que escrevo, no que comento. mesmo que o que comento seja apenas um sopro repentino que leva-me a opinar sem muito capricho nas ideias.
quando ocorrem esses simples, é como se tivesse mordido a maçã acusadora, o que leva-me a analisar, entre inúmeras saídas, qual a melhor escolher para quando o momento da expulsão chegar.
propriamente, poderia abreviar o momento. dar-me-ia o cartão vermelho sem ser preciso silabiar qualquer ruído, no entanto, gosto de olhar para o fruto do pecado e de vez em quando aplacar a fome instigadora.
pode-se pensar que gosto de castigo e por isso postergo a fuga e agarro-me à árvore carregada de assédios que germinou no paraíso, quem sabe para fazer a discórdia entre a serpente, a mulher e o homem? não querendo pagar de pura, se tivesse poder de julgar, condenaria o fruto suculento de pele polida e carmesim.
por que ainda insisto em ficar no paraíso?
o fruto que comi foi o da desobediência.







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