
DIVAGO IV
Data 16/05/2008 17:04:39 | Tópico: Poemas
| As fartas luzes que saem à noite do céu Por entre chuvas e cerradas nuvens Que pairam num ar quente e húmido, Poder afastar suavemente o sedoso véu Das vergonhas sentidas pelos homens No seu estranho pensar estúpido.
A vontade de sair sem receio às ruas Gritar amor, céu, futuro Esgueirar-se por entre as gotas que caem, Ter a sensação de ver silhuetas nuas Um corpo sensual de olhar puro Espetar farpas que já não saem.
Perdidos no mundo sem saber onde A revolta efémera de ser cego Não poder apreciar o que é oferecido, Alegria de um sorriso que se esconde O som do martelo que bate no prego No mundo sem saber onde… perdido.
Xadrez invulgar sem rei ou rainha, Desejo de poder dominar o que domina, Relâmpago que cai não avisa, Vida que definha, Vida fina, Indivisa.
A criança que não chora As lágrimas que não saem O fado que não espreita Cavalo que sente a espora Ideia brutal do Homem Imortalizar a maleita.
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