
Para o Cheiramázedo (56ª Poesia de um Canalha)
Data 23/12/2024 21:40:50 | Tópico: Poemas
| A missa cantava-se ali ao lado sem religião Ou fome que matasse um pedaço de gente Orava-se à divina humildade dos seus pais As mães tinham mais sementes no coração Que este mundo no seu chão ainda doente Adubado com o olhar de seus filhos, banais
O teu grito quase tão longe como nós todos Ignorava-se por entre os dedos como areias Num deserto sem palavras feito de tristezas E ecoava na boca da pena dos poetas todos E na sua alva folha de papel escrita a meias Entre um e outro noutro mar de incertezas
Os céus topázios puíam a estrela do pastor E o Sol e a Lua que alguns queriam só sua Sempre colada no horizonte do eterno mar E a morte torpe que lhes chegava sem dor Cravada em carne velha a nossa pele nua Tudo num breve adeus que não quis matar
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