ribeira em rio

Data 14/12/2024 12:11:11 | Tópico: Poemas

Absorve
sob o solo de areão, rochoso, lama
até ao fundo do poço, a poção, dama.

Pelos poros da pele,
o suor apaga a chama
que ela expele.
Vibra o demais, que se serve à tona, que a terra não leva e, leve, abona.

Recusa
o chão de barro mais um escarro,
uma gota de saliva que seja,
um drama sem ensaio
que o sele.

O selo, preso na caderneta do coleccionador, dispensa o envelope
e a carta, o leitor.

No planalto, a cheia não vale. No vale a ele ligado há um rio que anda e, se acidentado, corre; o acidente, ácido, manda.
O lençol de água sobe, até à nascente. Sem poder mais, rompe numa fonte.

Que ela jorre, ribeira que anda e que, se abunda morre.
Em rio.


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=375797