A ROSEIRA (SONETO)

Data 04/12/2024 11:11:20 | Tópico: Poemas

Qual a rosa que definha em solo ressequido,
A alma dorme inquieta, e clama por amor;
No campo do existir, o caule consumido,
E, entre espinhos, aguarda o fim de sua dor.

Em cada pétala há um sonho já perdido,
No sol da manhã, sem orvalho e sem frescor;
O coração pulsa, o soluço jaz contido,
Sem a antiga púrpura, sem o seu vigor.

Se a noite a atormenta, mil sombras de abandono,
Vento seco castiga, em agreste acalanto;
E insiste em florescer, quer vencer o amargo sono.

Se, no jardim, a chuva e a lama são de pranto,
E os sonhos criam raiz profunda a cada outono:
Renasce a linda rosa, mostrando o seu encanto.




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