Louvação Para Uma Cor, com a Licença de Adélia
Data 03/12/2024 04:23:58 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Bendita seja a brancura, que veste o vazio de promessas e faz do nada um campo fértil. O branco não é ausência, é espera, uma fímbria de luz ensaiando o arco-íris.
Branco é o lençol estendido, convite para sonhos nunca sonhados, e o pão, antes do forno, trazendo no seu alvoroço o sabor da manhã.
Bendito o branco das paredes que guardam os vestígios do mundo, as toalhas que acolhem o vinho, e os cabelos que o tempo adorna com paciência de tecelão.
E será também louvada a brancura do instante que antecede o toque, da palavra que ainda não nasceu, mas já carrega o brilho da possibilidade latente, e da paz que de súbito nos envolve.
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