O homem esquecido
Data 01/12/2024 13:39:38 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Entre arranha-céus que rasgam o céu cinzento, Caminho só, no silêncio do vento. O mundo avança, veloz, destemido, E eu, parado, sou um eco perdido.
Robôs brilham onde antes havia suor, Falam de progresso, mas onde está o amor? Conexões de fibra, frias como o aço, E eu, de carne, tropeço no espaço.
Meus pés conhecem a terra, o chão bruto, Não o brilho efêmero de um mundo astuto. Minhas mãos guardam histórias, calos e dor, Mas hoje são sombras de um tempo anterior.
Sou ponte esquecida entre o ontem e o amanhã, Uma voz que se apaga, eco de um afã. Não sei da língua das máquinas nem seus sinais, Minha poesia é feita de versos ancestrais.
Para o mundo evoluído, sou um erro do tempo, Um suspiro antigo, levado pelo vento. Mas se sou esquecido, que reste o saber: A alma humana, nem o aço pode conter.
Deixo aqui meu legado, em palavras escritas, Pois mesmo no esquecimento há vidas infinitas. Para o futuro que nasce, um simples pedido: Não esqueçam o homem, o homem esquecido.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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