
Tumular (45ª Poesia de um Canalha)
Data 16/11/2024 12:09:23 | Tópico: Poemas
| Peço só um ou dois momentos de silêncio Em memória dos que restam na memória Dos esquecidos comuns do ser, ou não ser Que lembra, qual vidente, novo prenúncio E exulta o diabo e o outro irmão em glória Calem-se devagarinho, baixinho sem saber
Sinto a pele esticada a abrir leves rasgos Nas veias borbulham réstias de saudade Que te enrolam a língua em falsa mudez As cicatrizes trocaram-te os olhos vesgos Que, distraídos, só nos contam a verdade Ando à deriva neste deserto de estupidez
O carrocel não para de me torcer as entranhas Que se agarram de unhas e dentes ao vazio No limbo a que a vida consorte se acostumou À noite ouço e sinto as coisas mais estranhas Entre esse teu acenar de cabeça em tom frio E o lento revirar dos olhos que me subjugou
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