Poesia Política (39ª Poesia de um Canalha)

Data 03/11/2024 17:44:07 | Tópico: Poemas

Sou um fascista ordinário que nasceu demente
Alimentado pelo sangue que escorre na calçada
Feito negro nas pedras que piso com desdenho
Das mãos e face enrugada da tristeza evidente
Dos sonhos degolados d'uma criança enterrada
Vil tempestade a morrer nesta fome que tenho

Sou aquele que sorri disfarçado de democracia
Que deu toda a nudez por não teres mais nada
E o pardo céu que esconde um sol nascido meu
De fato chique cosido por esse suor do dia a dia
Pão gourmet na mesa qu'esta malta ainda paga
Caixão pobre desta nação que por mim morreu

Sou nada que valha a pena no infeliz caminho
Dogma, lei, regra, arma, bala perdida no peito
Esquecimento de ser e morte sem outra sorte
Poema proibido, verso sem cor e sem carinho
Muro alto inconcebível feito de medo e defeito
Nada que valha a pena, nada que me importe


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