LUPENPROLETARIANDO

Data 14/10/2024 20:18:00 | Tópico: Prosas Poéticas

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Não há mais nada que se possa fazer!
Assim me fora dito; de súpeto, à queima roupa, parecendo desimportante aos olhares outros, alheios, irresponsáveis...
Recado dado, porém acolhido como se não fosse emergencial. Que pena; pois soubera do iminente risco com bastante antecedência, antes mesmo de as sorrateiras nuvens empretecidas despontarem desde a linha do horizonte,
em sopros intermitentes, redesenhando as ruelas arborizadas e as envelhecidas silhuetas citadinas...
Recolheu-se as vestes dos varais improvisados, mesmo antes de secas, para que não voassem e se perdessem com a rara fúria do vendaval soprado em plena primavera, tomando repentinamente os desvalidos, ocupantes contumazes que se abrigam debaixo das marquises, nas soleiras das portas das lojas e dos bancos das praças sujas, fétidas e drogadas.

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