DESALIJO

Data 06/10/2024 19:59:01 | Tópico: Prosas Poéticas

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O despertar matinal foi dorido, o levantar e caminhar pelo corredor de assoalho encerado, lento; passos arrastados, incertos.
Havia cheiro de café coado recente e de broa de milho assada, disposta numa cesta de vime cru adornada com alvo rendado de bilro.
Uma alegria repentina me dominou, me invadiu enchendo-me de simplicidade.
Quando já sentado à mesa tosca notei vestígios de anos de uso, lustro vivo e asseado.
Antes do bule e da caneca serem oferecidos pelos hospedeiros, fui servido de sorrisos e sincera amabilidade.
Sobrenaturalmente, lágrimas surgiram nos cantos dos olhos, lavando minha soberba de velho citadino, acostumado a silêncios e correrias. Inobstante, aprendi ser agradecido naqueles poucos minutos que acolhido com respeito... Envergonhado por ainda ter muita dificuldade de despir-me da arrogância do chá, brie, torrada integral e damasco.
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