Júlio Saraiva (34ª Poesia de um Canalha)

Data 05/10/2024 16:29:16 | Tópico: Poemas

Copo e meio cheio de conversa minha gente boa
Partida em estrofes canhotas na revolta do povo
E gritos de guerra que traziam num verbo a paz
Júlio que desta arte nos deu poesia de fina coroa
Entre rimas de morte e vida e tanto mundo novo
Nos deu aquele velho louco abraço de bom rapaz

Cantas ainda aqui um fado de voz rouca e tosca
Dobrado em sambas petizes de olhos malandros
Mãos atrevidas ou tremidas nesse gozo tão puro
Desse bom cavaleiro da távola de sua vida fosca
Esconjurada nas bocas desses poetas calhandros
Vestidos de facto, fato e gravata e negro ar duro

Tu que de gente pouca e muita mais vês o infinito
Tocas ao de leve nas mãos do silêncio que choras
E vives aqui imortal em cada palavra que te deixo
Aceita o que te escrevo neste dia de chuva bonito
E aqui no fim do chão em que me contas as horas
Faças de mim poeta, Pessoa, Drummond e Aleixo


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