
Olhar Cego nº 38
Data 02/10/2024 17:31:25 | Tópico: Poemas
| [Este texto não pertence à Administração. Trata-se de uma colaboração de um Luso-Poeta, que participou de forma anónima no jogo "Olhar Cego". No final, revelaremos a sua identidade. Convidamos os utilizadores a pontuar e a comentar o texto à vontade, como fazem com qualquer outro.]
SONETO PESSOA(L)
Enquanto chamais Deus p'las boas graças Eu chamo-me a mim e, só, me valho Que nada cai, senão do meu trabalho E ninguém mais me livra das carraças
Enquanto erguem ao alto mãos palhaças Eu baixo a cabeça p'lo orvalho Desconto mais um dia, mais grisalho E a obra não é choro nas vidraças
Este sal é o suor ante a estrutura Erigida de um nada e já segura Qual escada que aponta rumo ao céu
Já me vejo, em cima, nesta altura A olhar, fixamente, a sepultura... Eu quis, sonhei, sou a obra que nasceu!
|
|