
NIRVANA
Data 04/09/2024 13:39:11 | Tópico: Poemas
| Prisioneiro dos teus olhos Sem ninguém pra me salvar Naufraguei no oceano Bem no fundo deste olhar.
Minha frágil embarcação Não seguia a linha mestra Foi em águas tão profundas Que pousei meu coração.
E sem sol faz tanto frio Tanto frio em noite escura Morto naquela fundura Infeliz daquele rio.
Vendo a morte que aproxima Vejo um corvo nos umbrais Repetido um "never more" Repetindo um "nunca mais".
Lembro Laura em Negromonte Monte Alverne em oratória Dois sóis no olhar de Anarda De Vieira os mil Sermões
E recordo Castro Alves, Casimiro de Abreu Recordo do suicídio De Pompéia, do "Ateneu".
Quem me dera eu tivesse Um mastro que me amarrasse Cera para os meus ouvidos Para que eu jamais penasse!
Eu não juro e não quero Solidão acompanhada Ou amor de invernada Tampouco de primavera.
Parto triste e parto forte Despedida desta vida Já me é risonha a morte No momento da partida.
Voa corvo de Alan! Me recolha, por favor! Só não leve minha paz Que deixei ao meu amor!
Se existisse um deus Tupã Pediria aos meus iguais Que eu entrasse em Nirvana... E não voltasse nunca mais!
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