
Pânico do Amor
Data 10/07/2024 13:57:51 | Tópico: Poemas -> Tristeza
| Doí bastante Como pode palavras machucarem tanto? Saí de lá em fuga, em instantes Minhas pernas tremiam sob os pedais, Suando sem parar, quase sem ar, sem acreditar Estava há tempos sem escrever e retorno assim? Deprimido, refém da tristeza, que fim Estava, em rascunhos, criando algo romântico Mas agora, tudo o que sinto é pânico Cômico até, claro, de um ponto irônico Almejar um retorno cercado de amor E me debruçar em dor nestes papéis molhados Coitado, dirão de mim? Será? Duvido Controlei as lágrimas, logo, pareço estar mentindo Seria mentira se eu não me controlasse, E me atirasse, de braços abertos, a primeira curva? Imaginei a dor de cabeça que causaria em meus pais Seria dolorido tamanha loucura Não queria tirá-los da tão confortável paz, Então me controlei Meus pés firmei, mas assumo que foi difícil O direito simplesmente estava congelado no acelerador E o outro se debatia acertando da porta, estava aflito Faz muito tempo desde a última vez que pensei, Que eu não voltaria vivo para casa, mas, cá estou Expressando, ou melhor, detalhando como desabei Aquela curva, logo ao canto do morro, me ludibriou Tão comprometida em me permitir repousar sobre ela Mas, como um relâmpago, acordei-me em intenso pavor Estava incrédulo que conseguiria chegar ao lar, Estando tão desestabilizado, fragilizado Cada semáforo parecia uma eternidade, não me permitindo passar Cada lágrima que descia em meu rosto deixava meus olhos embaçados Tudo isso, favorecido pelo frio da noite, me despedaçava, sem parar Sem um refúgio para acalmar minha mente, que trovejava Que almejava um remédio para amenizá-la O que eu estava sentindo eram apenas reações involuntárias, Das farpas que acertavam minha mente em ferocidade Estava me apegando a faísca de esperança de chegar vivo em casa, E falhar miseravelmente em criar um semblante em naturalidade Falhei em demonstrar um sorriso, sim, falhei nisso Tudo que pude fazer foi, naquele instante, conviver com aquilo E respirar lentamente, pelo bem do meu coração e da minha sanidade E, como esperado, me isolei a partir daquele momento Chorava de repente, enquanto isso, meu celular se encontrava desligado Lá no fundo eu a estava desejando, mas, ainda estava doendo Eu nunca tinha vivenciado tamanho pânico, acho que fiquei assustado Foram talvez dois dias sem me comunicar, mas acabei cedendo O tempo fez seu trabalho, a dor diminuiu e voltei a estar apaixonado Talvez tudo isso faça parte de amar alguém em sua totalidade Escutar tantas palavras de alguém que tanto é amada, é de assustar Mas, é passado, tudo que desejo é que meu amor nunca acabe E, que eu viva junto a ela até que eu possa repousar.
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