
LEMBRO QUE O SOL ERAS TU
Data 17/05/2024 10:15:04 | Tópico: Poemas
| não esqueço aquele cruzamento quando colidimos de frente e depois fomos à boleia duma estrada lembro de todas as horas dos minutos e dos segundos a caminharmos descalços e a cada passada cada vez mais nus lembro dos olhos que olhavam a despir-se em cada sorriso lembro de todas as pontes de dedos entrelaçados lembro de todas as árvores de ramos de braços envoltos dos rios com sabor a àgua doce a correr pelas bocas Lembro até dos pássaros a cantar os sonhos e lembro mais ainda do mar e de nós fechados num espaço de infinito onde tudo nos cabia num beijo onde às mãos cabiam sedas e tonturas onde nos braços cabíamos inteiros e inteiros cabíamos um no outro e o mar lá, cabido em nós e nós a encher o mar ali ao pé a um punhado de distância com o mar de sal refinado que nos brilhava lembro que adormecemos por ali já a noite era quente, quente... lembro de acordar numa voz de sussurro entre os fios de cabelo em cascata a esconder um beijo lembro de um quarto só janela aberta para o sol e lembro de olhar-te nos olhos e ver um poema onde sol eras tu!
13-04-2024
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