carta registada sem data

Data 05/05/2024 08:41:54 | Tópico: Poemas

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quando meus olhos mordem esta terra escura, mãe!.
sinto o peso
sinto frio.

retenho então tua presença ausente
sempre pressentida na minha própria história,
tão leve pelos teus passos.

mas, vou resgatar nossa vida,
nem que seja num breve instante prolongado
num feliz momento, pulsando na lembrança
jamais esquecida.

os anos que não vivemos
as guerras que proclamámos
armistícios pulsantes,
a tal cumplicidade difícil de explicar
num só olhar

lembras?

acaso apenas seja tremor deste dia
na presença desta manhã lavada,
mãe!
quero ficar
quero ser teu sol primeiro
o raio nimar em teu regaço,
para todo o sempre.


nem esta terra escura consegue separar.


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