
A derrota do arbítrio
Data 07/03/2024 02:49:55 | Tópico: Poemas
| Existem olhares que queimam Travam uma batalha sensual Palavras sequer se aproximam De todo aquele silêncio cortical
Os olhos parecem digitar desejos Em movimentos firmes sem desvios Aquele que cede ao duelo ou cortejo Olhou ao lado ficou apenas por um fio
Existe um código entre os que se olham Uma duração de cinco a dez segundos Existe uma cumplicidade nos que se fitam Ainda que os versos não vivam nesse mundo
Quando dois olhos se tocam placas se agitam E somos atingidos por tsunamis de hormônios Que fazem do minuto amantes que se deitam De um quadro de Van Gogh a derrota do arbítrio
A maioria desses encontros que dilatam a pupila Permanecem presos e cercados pela íris da razão Mas quando algum deles cai por entre as papilas Sabores explodem mil pedaços chamados paixão
Deus abençoe os rios que nascem Carlos Correa
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