
História oficial
Data 01/02/2024 20:14:19 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Sentinelas de um tempo passado Em pé no alto da muralha Observam o horizonte distante Sem conseguir ver nas sombras noturnas Vultos fantasmagóricos a espreita Esgueirando pelas paredes ocas Anunciando que em breve virá o fim. Ninguém consegue ver um palmo a frente do nariz Ninguém consegue ouvir o som da morte Alguns dormem o sono profundo Do qual nunca mais acordará Porque o destino agora está selado Nas mãos dos que derramam sangue. Em algum lugar há um observador Um sentinela acima daqueles sentinelas Que aguarda a sua vez de agir Mas permanece de braços cruzados Porque sabe que cada um tem o seu próprio destino A sua própria e solitária jornada. O tempo passa lentamente para uns Passa muito depressa para outros E há os que nem percebem que o tempo existe Porque estão presos em seus casulos Criando expectativas que não se realizam Raízes que não se aprofundam com o tempo. Então, mais veloz que um raio As muralhas são atacadas sem receios Gritos de agonias se podem ouvir ao longe Vidas que não serão registradas E muito menos lembradas na História Simplesmente fazem parte de um amontoado De corpos espalhados pelo chão. Vai ver eu estava apenas sonhando Ou será que mais alguém viu o que vi? Na longa marcha da humanidade Nomes foram esquecidos com o tempo Nomes de pessoas que estavam lá enfrentando o inimigo Não fazem parte da História oficial Porque não tiveram o tempo de escrever. Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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