
Areia da Ampulheta
Data 14/06/2023 17:32:41 | Tópico: Poemas
| O rio que quebra no meio da pedra Que bate e rebate na rocha mais rígida Depois se desfaz em relógio de areia Reclusa no vidro da velha ampulheta.
A onda redonda que longe arrebenta Que corre em costas tão continentais Que passa o monte e ultrapassa os Urais Depois chega lenta em praia barrenta.
Então vem o vento que redemoinha Que corre, sacode e ao mundo percorre Balança o cabelo da bela menina Escorre de dia e de tarde ele morre.
O sol, sal do céu, que adoça o meu dia Que racha uma rocha e alimenta uma rosa Que aquenta torrentes de águas tranquilas O berço marinho onde em si se afoga.
Assim a natura é a aranha que tece Os fios de toda existência terrestre. Mas a mão que aduba é a mão que derruba: Olha, vai chover: Olha a chuva! Olha a chuva!
|
|