
Fragmentos de poemas e silêncios
Data 15/05/2023 11:47:55 | Tópico: Poemas
| As palavras são damas solitárias, desoladas Que cantam por entre a minha poesia Qual mais distante, nesta pauta arena branca Jazem densos versos d’uma música primeva Onde estaria afinal a verdadeira morte? No silêncio das penas a rabiscar o papel Sem iluminar-me à luz de minha escuridão Das estrofes que morreram na memória Ou aninhadas em mim em sua tola máscara Até não poder mais, fazer-se chamas e ardemos O pássaro voa sobre o telhado da linguagem Eu falo, mas as palavras não protegem Minhas rubras damas soluçam entre flores Perdidas em suas máscaras sem regresso A morte é silêncio, mas não é muda. Ouço cantos enlutados selar as fendas do silêncio Ouço seu dulcíssimo pranto florescer meu silêncio gris E eu não direi meu poema (devia dizê-lo) Mesmo que o poema (aqui, agora) não tenha sentido Terá, um dia, algum destino
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