
Olhos cerrados
Data 15/03/2023 14:38:50 | Tópico: Poemas
| Dorme a madrugada na neblina silenciosa de olhos cerrados Quem se atreve nessa penumbra de contrastes querer saber Onde finda a jornada, quando tudo se esclarece vindo à luz Memórias perdidas qual uma lembrança materna da infância Ou do engano d’um amor juvenil, que se foi para nunca mais Trazidas de volta, tal quem abriu caixas guardadas no sótão Há quem diga que o advento da morte é algo assim, um filme Onde se verá tudo aquilo que já passou e parecia esquecido Num excêntrico pensar ver a árvore da raiz à copa mais alta O mel e o fel, o delírio e o abandono, todo vento e calmaria Porém não se pode voltar e repisar antigas pegadas na areia Histórias de velhas marcas, que o vento oportuno já apagou Nos labirintos da lembrança são só sentimentos desbotados Pelas quais não se deve voltar a sofrer fazendo nova versão A vida pede o agora límpido, sem olhar pelas vidraças baças De outros dias, nem esperar as ilusões dos futuros incertos Não fazem pães do trigal que o incêndio de ontem queimou
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