
Girassóis
Data 10/11/2022 14:58:08 | Tópico: Poemas -> Surrealistas
| A solidão passeia seus véus na chuva de primavera A água flutua desgarrada em mil gotas de espanto E na beira do precipício dos meus olhos, a lágrima Desgarra, mergulha no vazio que a separa da terra De fato, tal imaginamos um dia, o mundo não para Certo e imutável, tal o rum que queima a garganta
Ah, nós éramos heróis na fortaleza da madrugada Então veio o sol e desnudou que nos pertencemos Teu nome escrito na floresta ora escorre pela rua Na parede que dividiu a vida numa infinita solidão A ruminar dores neste reino de pássaros sem asas Não importa estar cego, já que tudo restou cinza
O inverno trouxe a nudez das uvas em duas taças Cheias de inútil vinho, o qual jamais iremos tomar A falta da tua imagem deixou meus olhos silentes Neste viveiro sem flores sobram portas sem chave A ausente fragrância de tua existência, calou-me Já nem lembro a canção em francês que cantavas
De toda ausência, restou o prazer de ter sido teu Tu sorrias satisfeita por ser menino em teus jogos Ora sei, somos mais pó que duas estrelas perdidas E, se eu cair, não haverá tua mão para me segurar Ocupamos uma herdade de sonhos não realizados Assombrados da certeza que não eram os girassóis
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