
Construção
Data 02/10/2022 22:29:22 | Tópico: Poemas
| Se me achas em silêncio por que vês meus lábios fechados Devias lembrar a vida que há sobre este véu de tule negro Entre suspiros do olvido, profundos, densos e misteriosos Que não se vê com olhos da carne, mas com a visão d’alma O poeta jamais admite o silêncio que é a morte da palavra Eu subo as escadas dos dias para tocar a mão no arco-íris E, deleitar sabores que correm inquietos por minhas veias O vento, o orvalho, o doce das frutas e o tanino do vinho Cavalgo o torvelinho do furacão, banho-me no mar bravio Sou operário das letras, não o herói de façanhas escritas Que o faço com suor e esforço ao açoite do sol e ventos Na alvorada o dia me vê desperto e na lua, de volta ao lar Arrisco-me nestas linhas não por moedas ou glória alguma Mas, para construir um ninho onde abrigar os meus filhos Criador de sonhos a erguer palácios onde quem lê é o rei
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