
Apatia inflacionária
Data 20/07/2022 00:23:43 | Tópico: Poemas -> Reflexão
| Descendo as ladeiras de um morro sombrio Vejo jovens se drogando e sorrindo, dormindo Anestesiados em seus próprios quadrados, quadros de pixels Enquanto os vilões da história deleitam-se em lagosta e vinho Pagos com o produto do furto do suor dos mais humildes Cena triste, a realidade que deprime
Os contos das séries e novelas que corrompem neurônios Cliques suprimiram a percepção de perceber o que é real e importa Drogas a anestesiar qualquer sentido, algoritmo, repetido Adestrar em servos fiéis para idolatrar mentirosos preguiçosos Que falam o conveniente e praticam o inconveniente Nenhum deles importam-se contigo, oh amigo
Outro dia de labuta surge para quem consegue labutar Derramar o tempo de vida feito um tempero de comida Para ser devorada por um conjunto de parasitas Em um mecanismo projetado pelos que possuem a máquina de imprimir E a todo o fruto de tua poupança destruir O tempo que roubará o teu tempo e te dirá que só tens a ganhar
Terminada a descida, no caminho vejo caminhar um povo sofrido Ausência de brilho no olhar e objetivo, cada vez mais ferido Não compreende a verdade, e não cobra por verdade Apáticos, por ensinamento, desde o início condicionados E não, ou talvez tenhamos trilhado o melhor caminho A nossa própria natureza é que comanda nosso destino
Clamo eu, apague esse cigarro de ilusões Mesmo que eles se ponham a dizer ser bom Eis teu vizinho,companheiro,não inimigo Mesmo que ele tenha cabelo colorido, te digo A fome é a mesma no estômago de um faminto Eis a hora do despertar, jaz o mundo em desatino
A sofrer estou neste jogo sem regras ou destino Manda o mais corrupto, obedece o mais justo e padece o bom Não há verdade no poder humano Tão somente a sujeição de muitos Áqueles que tomam tudo a força, mentem e culpam fantasmas
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