
Iludido
Data 08/06/2022 17:29:50 | Tópico: Poemas
| Meu poema não nasce do refletido propósito de escrevê-lo Penso que vem do inconsciente ou uma voz sobre o ombro Isso que imagino a caminhar na multidão entre caras, seios Pessoas de ida, outras de regresso em toda a inconsciência Quais tolas marionetes, inscientes das linhas que as movem
Agitadas por misteriosas mãos, dotadas de dedos invisíveis Caminham crendo-se homens e mulheres, brancos e negros Mas todos estúpidos, pois nada disso existe e nem importa Nem sei se é assim, posto não tenho os dicionários da vida Mas sei ser melhor vivessem com consciência e solidariedade
Na minha pretenciosa visão já no crepúsculo de minha vida As ruas são páginas de livro, do qual extraio umas palavras Para ordená-las em sequências que ouso chamar de versos Que não são nenhuma profecia e nem o que aparentam ser Mas signos cujo senso agrupados, não é o que têm isolados
Por vezes chego a crer eu seja um cego falando da paisagem Sem saber se de fato abalizo o que passa atrás das vidraças Imagino, assim, que tangencio tão-só a superfície das coisas E esses poemas nem são sobre mim que exprimem ou falam Somente lhes dou a cor e forma, pois o show deve continuar
Trago então as sombras deste fruto de minha humanidade A angústia de imaginar-me só ilusão entre tanta gente real
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