
Uma grande serpente segue engolindo o horizonte
Data 30/05/2022 11:46:21 | Tópico: Poemas -> Fantasia
| Aqui neste silêncio do amanhecer Palavras escritas fluem pelas veias Como essência de vida que incomodam Mentes medíocres que insistem em permanecer à minha volta Quando desejo libertar-me de toda essa angústia Que corrói o intelecto. Escrevo porque preciso ver o desmascaramento da pólis Revelar o mais sórdido conselho Realizado às espreitas nos grandes salões Com as figuras mais emblemáticas Que acreditam piamente serem donos de tudo isso. O entorpecimento enfumaçado da poluição da cidade Deturpam os mais sensíveis olhares Que realmente poderiam enxergar os acontecimentos E são impedidos pela fúria incontrolável Dos trogloditas de plantão abraçados a sua inércia corriqueira Impedindo quem quer que seja que deseja alcançar o sucesso. Uma grande serpente Segue engolindo o horizonte diante de nossos olhos Destruindo os sonhos até então possíveis de realização Mas que são varridos para baixo dos tapetes Escondidos a meia boca pelos salafrários Que só desejam a destruição da moral. Fantasmas pelos becos sórdidos da metrópole Espreitam as pobres vítimas indefesas Que buscam auxílio pelas madrugadas Esperando que coisas boas possam acontecer E sabemos que nada pode mudar esse caos fantasmagórico. Procuro a fé dentro das extinções das crenças Para que veja esperança na humanidade que ai caminha E não se pode encontrar nada disso em seus passos Que são trôpegos como dos ébrios que cambaleiam nas calçadas Dando a impressão de que o mundo está pendido Ora para um lado, ora para outro. Quando sozinho posso encontrar-me a mim mesmo E pensar que tudo isso não passa de uma agonia inválida Que só eu mesmo posso sentir e nada fazer a respeito Porque está dentro de mim e a maioria das pessoas Seguem suas vidas normais nesse mundo perfeito para elas. E estas são palavras testamentárias na boca de um solitário Palavras que transcrevo no silêncio do amanhecer Registro de uma inquietação que perturba minha mente Por achar que poderia ser diferente as ações humanas Quando se olha para a nossa existência. Poema: Odair José, Poeta Cacerense www.odairpoetacacerense.blogspot.com
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